Pessoa CAC ICBAS-Santo António | junho 2025


BI

Nome: Rita Frada

Adjunta da direção do Centro Biomédico de Simulação ICBAS/ULSSA

Formação:
 Licenciatura em Medicina pelo Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar 1999-2005.
Internato de Formação Especializada em Anestesiologia na ULS de Santo António 2006-2011.
Diploma Europeu de Anestesiologia 2011.
Assistente Hospitalar Graduado em Anestesiologia no Serviço de Anestesiologia da ULS de Santo António.
Formador de Via Aérea Difícil.
Instrutor de Simulação nível I.

Resumo: Anestesiologista.  Dedicação preferencial às áreas de anestesia pediátrica e obstétrica bem como diferenciação na abordagem da via aérea difícil no adulto e na criança. Formadora dos Cursos de Via Aérea do Comité Europeu para o Ensino da Anestesiologia desde 2010, sob o princípio de que a estruturação do pensamento otimiza aplicação das competências técnicas e não-técnicas apreendidas garantindo o objetivo primordial da segurança do doente. Sempre entendeu a formação e o treino baseados na simulação, como a estratégia mais segura, rápida e fiável de transmissão e consolidação do conhecimento clínico. Valoriza o treino de equipas em ambiente controlado e a promoção de atualizações e re-certificações periódicas dos profissionais de diferentes áreas por forma a melhorar a qualidade e a segurança dos cuidados prestados;

Máxima Clínica: "Não desperdiçar nenhuma oportunidade, seja ela de aprender, difundir conhecimento ou melhorar a prestação de cuidados."

1. O que a motivou a integrar o Centro Biomédico de Simulação (CBS) e qual tem sido o seu papel neste projeto?

Integrar a equipa do Centro Biomédico de Simulação é poder contribuir para atualização do ensino pré e pós-graduado, com especial enfoque em práticas de simulação, formação e treino periódicos. Atualmente, o meu  papel neste projeto está concentrado em dotar o novo espaço do Centro Biomédico de Simulação – no Edifício Abel Salazar - com estrutura e equipamentos de última geração para incentivar cada vez mais a sua utilização quer por alunos quer por todos os profissionais da ULS de Santo António.  


2. Como descreve a importância da simulação biomédica na formação clínica dos alunos do ICBAS e dos profissionais da ULS Santo António?

A simulação biomédica é a ferramenta mais útil para promover a aprendizagem e o treino de competências técnicas e não técnicas (como o trabalho em equipa e a comunicação) num ambiente seguro e que melhora comprovadamente a segurança e o outcome dos doentes.


3. O Centro acolhe também formação para profissionais externos e grupos da população. Pode dar exemplos de iniciativas realizadas nesse âmbito?  

O Centro Biomédico de Simulação realiza periodicamente formação de equipas de bombeiros, formação em cuidados básicos de emergência para farmacêuticos, universidade júnior, promoção do ICBAS no MOSTRA, bem como acolhe diversas iniciativas de sociedades científicas ou grupos de profissionais para treino de competências específicas. Serve ainda de exemplo prático, para alunos da licenciatura de Saúde Digital e de Bioengenharia da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto, por forma a consolidarem conhecimentos teóricos e observarem o funcionamento dos diversos simuladores.


4. Um dos objetivos do CBS é também a investigação. Que linhas de investigação têm sido desenvolvidas ou estão previstas no contexto da simulação biomédica?

O Centro serve de base para várias teses de Mestrado Integrado em Medicina com a utilização de programas de realidade aumentada com a documentação da evolução da prática após treino em manequim. Com a aquisição dos novos equipamentos está prevista investigação na área do desempenho de competências ecográficas e procedimentos endovasculares.


5. Quais são, no seu entender, os principais desafios na gestão de um centro de simulação desta dimensão, nomeadamente no que toca à manutenção, atualização tecnológica e logística?

A gestão de um Centro de Simulação, que se quer representativo, apresenta múltiplos desafios dos quais destacaria o desafio económico  e o da promoção da utilização dos recursos disponíveis. Quanto ao primeiro e apesar dos contributos dos programas de recuperação (limitados no tempo), a manutenção periódica dos equipamentos, a substituição de consumíveis e apoio técnico especializado necessário, fazem com que, apesar dos frutos colhidos serem evidentes e preciosos no que toca à segurança do doente, este é um método de ensino que para funcionar de forma eficaz e fazer a diferença,  representa um peso considerável e requer um investimento contínuo. Relativamente à promoção da utilização, as dificuldades passam pela necessidade de fomentar a integração das ferramentas disponibilizadas pelo CBS no plano habitual de ensino e pela  sensibilização dos profissionais e hierarquias, das diferentes áreas, para a cultura da simulação periódica de situações críticas com equipas multidisciplinares. O sucesso das anteriores deve resultar na otimização dos recursos disponibilizados pelo nosso centro.


6. Como antevê o futuro da simulação clínica em Portugal e no caso particular do CBS do CAC ICBAS-Santo António?

A simulação clínica é uma área em crescente desenvolvimento e alvo de investimento por todo o país, como se pode observar pelo aumento considerável de novos centros de simulação e ampliação dos já existentes. Esta é de resto uma tendência mundial, demonstrada por inúmeras  iniciativas de promoção de práticas simuladas das mais variadas situações, quer na área clínica quer na área de trabalho de equipa e comunicação, com excelentes resultados em termos de melhoria de condutas, outcomes clínicos e redução da morbimortalidade. O Centro Biomédico de Simulação tem uma equipa motivada e pró-ativa, dispõe de um novo espaço com equipamento moderno e multidisciplinar e está pronto a acolher e colaborar em iniciativas que visem a formação na área da saúde. Neste sentido, o caminho futuro é o da rentabilização do esforço realizado por todos, da modernização do ensino e em última análise da promoção do nosso objetivo primordial, uma cultura de segurança.


Desenvolvido por: Gabinete de Comunicação e Imagem ICBAS e Direção de Marketing e Comunicação Santo António

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