Pessoa CAC ICBAS-Santo António | julho 2025


BI

Nome: Pedro Brandão

Cirurgião Geral no Serviço de Cirurgia Digestiva e Extradigestiva da ULS de Santo António – Unidade de Cirurgia Colorretal;
Responsável pelo LABTEC CAC ICBAS - Santo António; Docente no ICBAS 

Formação:
 Mestrado Integrado em Medicina – FMUP – Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Resumo: Internato Geral no Hospital Universitário de Santo António. Internato Complementar em Cirurgia Geral no Hospital Universitário de Santo António

Máxima Clínica: "Todas as experiências, positivas ou negativas, são momentos de aprendizagem, na busca pela excelência."

1. O que é o Laboratório de Técnica Cirúrgica e Endoscópica (LABTEC)?

O LABTEC é resultado da expansão e evolução do Centro de Cirurgia Experimental, que estava muito vocacionado para a cirurgia em modelo animal vivo. Quando há cerca de dois anos passei a integrar esta estrutura procurei abrir o seu leque de atuação, diversificando a oferta e transformando aquilo que tinha uma atividade mais residual em treino animal, num espaço que permitisse apostar na formação pré e pós-graduada do ponto de vista clínica e científico.


2. Como por exemplo?

Colaboramos de perto com a AEICBAS, em todos os cursos e workshops que organizam e que envolvem, por exemplo, técnica cirúrgica laparoscópica. Estamos a preparar o arranque de uma unidade curricular optativa, para iniciar no próximo ano letivo, dedicada a gestos cirúrgicos, que tem como objetivo de despertar a curiosidade dos estudantes para estas áreas e perceber se têm ou não apetência manual para este tipo de cirurgias.

Do ponto de vista da pós-graduação estamos a apostar em ser promotores de formação cirúrgica, colaborando com o departamento de anatomia em cursos com cadáveres, que nunca tinham sido feitos, nomeadamente ortopedia, neurocirurgia, cirurgia vascular ou urologia. Ações que fizeram com que aumentássemos muito o número de cursos disponíveis.

Para além disto, temos recebido pedido por parte de entidades externas, o que nos permite ter alguma autonomia do ponto de vista financeiro. Ou seja, o LABTEC serve a comunidade ICBAS/Santo António, mas procuramos também abrir a nossa atuação à comunidade científica nacional e internacional – por exemplo, temos planeado para no próximo ano fazermos parte do congresso internacional de cirurgia laparoscopia, recebendo aqui no ICBAS parte dos cursos que vão ser realizados neste âmbito.


3. Para além desta aposta na expansão, que outras ideias estão em cima da mesa?   

Um dos próximos projetos, dentro da formação pós-graduada, passa pela criação de uma pós-graduação na área da ortopedia, nomeadamente na artroscopia do ombro, devidamente validada e certificada pelo ICBAS. Queremos que o LABTEC seja o centro de excelência de formação cirúrgica em técnica cirúrgica e em técnica endoscópica sem esquecer, obviamente, a formação pré-graduada. Nesse sentido, está prevista também a integração do LABTEC numa nova disciplina optativa, prevista para o próximo ano letivo.


4. Qual o interesse dos estudantes nestas áreas?

Vai sempre haver estudantes que gostam mais de especialidades médicas e outros mais vocacionados para as áreas cirúrgicas, mas todos eles acabam por ter interesse em ver cirurgias. Portanto estes cursos que preparamos são muito importantes para que os estudantes tenham contacto, desde cedo, com os materiais e com a técnica. 


5. Qual será o futuro da cirurgia robótica? Em que ponto estamos e quais os caminhos em aberto?

A cirurgia robótica é claramente o futuro, daqui a dez anos, provavelmente, vai substituir a laparoscopia, pelas vantagens que tem para a qualidade do trabalho do cirurgião. A evolução tecnológica é algo que não conseguimos prever, mas vamos ter seguramente sistemas robóticos, que para já não vão substituir o médico, mas vão auxiliar muito, sobretudo na identificação de estruturas, ou na previsão de algum acidente antes de acontecer. Será um adjuvante de decisão.


6. Que áreas de investigação estão a florescer com estes avanços tecnológicos?

Dentro das especialidades cirúrgicas a investigação, regra geral, está a direcionar-se não tanto para a técnica, mas para os materiais, com o objetivo de tentar reduzir ou minimizar complicações cirúrgicas e/ou funcionais. Portanto, as linhas de investigação que vemos estão muito direcionadas para a cirurgia robótica e menos nas técnicas.  


Desenvolvido por: Gabinete de Comunicação e Imagem ICBAS e Direção de Marketing e Comunicação Santo António

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